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domingo, 30 de dezembro de 2007





A Dama Notívaga
Édi Prado 29.12.07

Procurei na internet as flores com essa característica: branca, noturna que morre com a luz do sol. Todas têm um nome. Mas nenhuma é igual a essa. É uma trepadeira por excelência. Sobe até em paredes, desde que seja ou esteja “curu-curu”, ou não seja tão lisinha. A “mãe” é um cipó que formam outros cipós, que produzem umas folhas largas e dentadas nas laterais. A flor fica encubada numa cápsula verde e comprida, uns 10 centímetros quando começa a espiralar, ou seja: em forma de espiral. Por volta de 18h40min e 18h45min, a “veia”, que é o caule que sustenta essa flor, começa a estufar como se sopra uma tripa de balão. Está na hora do espetáculo. O “sopro” atinge a cápsula, que começa a mover-se lentamente, seguindo a linha do espiral e... De repente a flor se abre majestosa e vai se espichando como se espreguiça ao acordar. Não exala aquele cheiro que dizem “soltar” quando se abre. Mas se for cheirar bem de perto, lembra o cheiro da flor do maracujá. Mas não se alastra, não.

Depois da primeira, pipoca uma dali outra acolá e outras e em outros lugares, como se formassem sombrinhas brancas sobre as folhas verdes. É um espetáculo. É como se fosse um milagre que vem se repetindo todos os dias desde o meado de novembro até hoje (29.12). Ampliei o “parreiral” e o fiz em forma de um triângulo, com canos plásticos e linha usada para pescar. As folhas e as flores ficam como que suspensas no ar e as folhas caem em cascata. O meu quintal agora mais parece um espaço mágico, onde todas as noites, as flores notívagas desentocam para nos encabular com a beleza e mistérios de um brotar tão rápido e tão intenso de magia. Pela manhã, quando os primeiros raios de sol começam a clarear o salão das flores que sucumbem como balões que vão perdendo o gás durante a noite toda e murcham. Este gran finale é triste. Aquela bela flor branca amanhece “desminliguida”, presa apenas por um filete que levava a luz, a cor e a vida para aquela ex-flor branca. Mas esse velório de sol acaba quando vem à noite e o espetáculo recomeça.
Que este ano novo seja assim: Mais flores brancas, clareando nossas noites e mais bandeiras brancas se abram quando as flores brancas da noite forem dormir.





Um comentário:

Anônimo disse...

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