A cidade de Macapá comemora no dia 04 de fevereiro de 2008, 250 anos. Bem antes de 1758, era o começo. No começo era só o céu, sol e o rio-mar. Depois vieram os invasores. “Chegaram de canhões e caravelas, chamando os tupis de índios. Não conheciam a terra, mas já eram donos. Mais tarde é que voltaram procurando pedras, abrindo ruas, rezando missas, matando índios, escravizando negros e fundando as capitanias das SÍFILIS hereditárias." (Salgado Maranhão)
Depois chegaram os portugueses, franceses e holandeses traçando a rota marítima para refazer o ritual da cobiça. Mas os portugueses foram mais ousados e reconquistaram as terras, que diziam ser deles, a ferro, fogo e chumbo.
O Rei de Portugal, Dom José I foi fatiando o Brasil em latifúndios. Nomeou o Primeiro Ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo irmão do então todo poderoso Marquês de Pombal, para colonizar as regiões que abrangiam deste o Estado do Maranhão até ao Amapá. No dia 31 de maio de 1751, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, foi nomeado Capitão-General e governador do Grão-Pará e Maranhão.
A missão dele era fortificar as fronteiras contra as investidas francesas. Para isso, precisariam de homens dispostos à luta. Como prêmios, além de terras, terras, muitas terras, fariam parte da Corte do Lobo do Norte, sob a benção da espada do Rei de Portugal. Os açorianos, os ilhéus das Canárias e das Ilhas Graciosa, banhadas pelo Oceano Atlântico, com pouca terra agricultável, foram os primeiros 432 “voluntários", enviados para povoar e proteger a Província Tucujus, criada pelo Rei D, João VI, em 1748.
De lá pra cá, são mais de 500 anos de replay dessa mesma história. As pessoas de bens ocupam os espaços, têm direito a terra, que nunca foram deles, enquanto as pessoas de bem vão morrendo de angústia, de impotência, enterrando sonhos e histórias e sendo expulsos das terras que eram dos antepassados deles. Eram. Porque com a legalização dessas terras, não vale como documento o umbigo de gerações enterradas naquele lugar que os antepassados diziam ser deles. E agora, José? Será que o presidente Lula está sabendo a quem ele vai entregar um documento, dando-lhe a posse definitiva das terras, para quem nunca as teve, apenas se alistou para regularizar?
Enquanto isso as pessoas de bens, aumentam o patrimônio. E as pessoas de bem, serão escravos dos novos donos das terras que lhes pertence. É como diz o velho deitado: “Só se dá o mar para quem tem o rio”.
“... Sabe lá o que é morrer de sede em frente ao mar ? Sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar?”
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quarta-feira, 18 de julho de 2007
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NOTICIAS DA AMAZÔNIA
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2 comentários:
SABE LÁ? O Djavan é brilhante, fértil. Profundo conhecedor das ironias humana. Morrer de sede em frente ao mar? É a pura e salgada cristalinidade da ironia. E só um pai pobre, que tem as terras saqueadas e depois usurpadas, sem trabalho, sem enxada e sem terras para lavrar o suor, que caem dos sulcos da face, pode entender a dimensão dessa frase. Só se oferta rubis para tem esmeraldas.
Devolver Terras? É engraçado. Como é que o Lula vai devolver as terras aos donos? Quem tirou deles? As terras são dos avôs dos bisavós e agora não pertencem as gerações de netos? Quem tirou as terras deles? Quem tomou conta delas sem avisar aos reais donos? E agora vem esse papo de regularizar terras, demarcar, um pedacinho pra um, um pedação para outros eno parte e reparte, os ricos que não sabem nem ficam as terras, ficam com as melhores. Isso é Justo? Onde vão planta o Feijão deles? É Gonzaguinha, 9 entre 10 brasileiros preferem o feijão na panela do povo dizendo: SAI PANELA.
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