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domingo, 15 de julho de 2007

FICA PANELA

PORQUE MANTER A PANELA NO AR?
Édi Prado 13.07.07

É complicado, mas é simples ao mesmo tempo.
Complicado porque panela, ou fica no fogo cheia,
ou pendurada, quando vazia. Mas quando se trata da
Panela do Povo, este programa que vai ao ar, de
segunda a sexta-feiras, de 8:30 as 10 horas, pela 99,5
kwz – Rádio Equatorial-o tempero é diferente.
Relembra a velha história da sopa de pedras, que
o saudoso Dr.Emanuel Pereira, narrava para os advogados
novos, que tinham dificuldades de acessos, para resolver
os problemas dos clientes.
Ele contava que um cidadão, municiado apenas
de um panelão, alguns gravetos e uma caixa de
fósforos, preparou a mais saborosa e nutritiva
sopa que ele e alguns convidados, jamais haviam
saboreado.
O método é simples: Ajeitou o panelão sobre
Alguns tijolos colocou água pela metade, adicionou algumas
pedras bem polidas dentro e acendeu o fogo.
Isso na esquina de uma praça movimentada. Teatralmente,
abanava o fogo com um papelão e catava pedaços de pau
atirados na praça e os amontoava próximo ao “fogão”
improvisado.
Os curiosos iam aproximando-se. E depois de olhar
A cena e intrigados perguntavam o que ele estava fazendo.
Estou preparando uma grande sopa, respondia. Mas sopa
só com essas pedras? Questionavam os curiosos E sugeria que
se tivesse algumas folhas de verdura, nabo, quiabo, cebola,



maxixe, ficaria bem melhor. Cada um trouxe o que pôde.
Todos queriam colaborar com alguma coisa.
Depois de lavar cuidadosamente as doações, na torneira
Pública, acrescentava ao caldeirão e mexia cuidadosamente
a colher de pau e de vez em quando pingava algumas gotas
na mão e comentava: Se tivesse mais um pouquinho de
sal, uma pitada de pimenta e cuminho, um pouquinho de
extrato de tomate, ficaria melhor ainda. E não faltavam
voluntariosos para correr em casa e trazer qualquer coisa,
para acrescentar na tal sopa.
O ritual de mexer o panelão, alimentar o fogo
e provar para avaliar o tempero, atraía mais pessoas.
E a cada provada sugeria um pedaço de carne, alguns
ossinhos, baicon, tutano e ah se tivesse um pouquinho
de macarrão... E os ingredientes foram chegando e chegando.
Teve até quem se adiantou e já trouxe tigelas,
copos descartáveis, colher, um frasco de pimenta.
Antes do meio dia, a sopa estava pronta para ser
sorvida. E assim foi preparada a sopa de pedras.
Todos os que estavam ali, participaram da
ceia. Assim é a Panela do Povo, esse programa diário
de segunda a sexta , aqui na Globo FM, de 8:30 as
10 horas. Nós temos a panela e microfones e de quebra
um telefone aberto à toda comunidade.
A voz é de todos e essa voz não tem carimbo de classe
social, não tem cor, raça, religião nem credo, muito
menos boton político partidário. O que todos temos em
comum são as angústias, as injustiças, a exclusão em vários
segmentos da sociedade. Estamos excluídos
dos nossos mais elementares e essenciais direitos.
O Estado, o Poder manipula os meios de comunicação
E não nos deixam falar. Cerceiam os nossos mais sagrados
direitos de nos comunicar, pedir, exigir, clamar, alertar.
Eles não querem nos ouvir. Eles querem nos calar e nós não vamos
permitir que mais essa violência contra a liberdade
de expressão e de pensamento seja concretizada.
E a Panela é do Povo. Mas para que essa panela
fique no ar, é preciso que cada um colabore, com que
o que pode, a exemplo da sopa de pedras, para que
continuemos a exercer o nosso direito de informar,
formar e nos unir em torno da mesma causa. Temos um
custo mensal que é pago ao dono da empresa. E para
continuar com essa panela aberta, a espera do seu
tempero de reivindicação, com uma pitada de colaboração,
denúncia, cobrança e da garantia de que a sua voz
será respeitada e ecoada, assim como a do galo.
O poeta João Cabral de Melo Neto já alertava no raiar
das liberdades democráticas, que um galo sozinho não tece
uma manhã. É preciso que outro galo ecoe este canto,
para que outros Galos comecem a tecer uma nova e brilhante
manhã para todos nós, exilados dos nossos direitos,
excluídos dos nossos sonhos e necessidades e deixar de
catar as sobras por debaixo das mesas dos poderosos e
passemos a produzir os nossos alimentos e a viver com
dignidade. E só seremos fortes, se tivermos voz. E só teremos
voz, se pagarmos o nosso sagrado horário de tirar a mordaça
da boca e abrir os olhos para ver o amanhã que vem nascendo
para nós e todas as nossa gerações.
Não existe tabela para o coração e para consciência.
E não haverá ninguém excluído de falar o que pensa e o
Que sente. Quem puder deposite na conta que sendo anunciada.
Ou cada grupo de pessoas isoladas ou por categoria, faça
a coleta e venha aqui, no ar, falar o quanto está sendo
ofertado para manter o Programa Panela do Povo no ar.
E saibam que eles, os poderosos, os políticos e os que
não querem largar a teta do poder, vão tentar mais uma
vez, nos alijar, nos deserdar e calar nossos sonhos. E todos
Nós, que às vezes nem raspamos a panela de casa, não vamos
permitir que nos tirem mais essa panela de nossa boca.

Um comentário:

Anônimo disse...

SUPIMBA - Esse Édi Prado está se saindo melhor que a encomenda. Quero conhecer esse cabra. Ele tem umas idéias meio doidas. E olha que tem muita gente pensando assim mas não tem coragem de ser assim. Parabéns.

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